O FC Schalke 04, quarto classificado na última edição da 1. Bundesliga, iniciou mal a época 2013/14 (duas derrotas e um empate nos três primeiros jogos para a liga interna), mas aos poucos tem vindo a recuperar a sua forma, somando bons resultados e algumas exibições de qualidades. Kevin-Prince Boateng foi a grande aquisição dos mineiros no verão passado (contratado ao AC Milan), mas quem tem enchido as medidas aos adeptos do clube de Gelsenkirchen é Max Meyer, um jovem de apenas dezoito anos que encanta facilmente em qualquer jogo. Juntamente com Julian Draxler (talvez o melhor jogador da formação de Jens Keller), Szalai, Huntelaar, Farfán, Goretzka, Neustädter, Höger, Höwedes, Papadopoulos e o próprio Boateng, Meyer promete fazer com que a sua formação volte a entrar no top-3 do futebol germânico. Sabe-se bem que na região do vale do Ruhr, o futebol é uma autêntica religião, sendo vivido com a máxima paixão e intensidade. Destacamos esta semana o perfil de mais uma jovem promessa alemã, depois de Oliver Sorg (ver aqui) e Kevin Volland (ver aqui).
Maximilian Meyer nasceu a dezoito de setembro de 1995 em Oberhausen, uma cidade integrada na região administrativa de Düsseldorf, no estado de Nordrhein-Westfalen. Depois de aos dez anos ter dado os seus primeiros toques na equipa de futsal PSV Wesel Lackhausen, Meyer começou a sua carreira futebolística nas escolas de um dos clubes da sua cidade natal, o modesto FC Sardegna Oberhausen (atualmente com o nome de SV Concordia Oberhausen 66/71). Esteve aí entre 2000 e 2002, saindo depois para o clube mais reconhecido desta cidade germânica, o SC Rot-Weiß Oberhausen, que atualmente milita na conferência oeste da Regionalliga. Depois de mais duas temporadas, ingressou nos juvenis do MSV Duisburg. Foi quase sempre presença assídua nos jogos das camadas jovens do clube das zebras, algo que veio despertar naturalmente a cobiça de um dos grandes clubes do estado de Nordrhein-Westfalen.
Sem qualquer surpresa, a época seguinte marcou a aparição de Meyer ao mais alto nível. Fez muitos jogos pela equipa júnior, mas o momento alto chegou a dezasseis de fevereiro deste ano, quando Jens Keller fez entrar o alemão aos 72' na partida frente ao 1. FSV Mainz 05. O Schalke 04 perdia por 2-1, mas em apenas dezanove minutos em campo, o irreverente Max Meyer acabou por assistir Michel Bastos para o seu segundo golo, empatando a contenda. Foi a ascensão a um dos maiores campeonatos do mundo, como é o caso da 1. Bundesliga. Dias mais tarde, acabou por entrar a cinco minutos do fim na derrota caseira por 3-2 frente ao Galatasaray SK para os oitavos de final da UEFA Champions League. Foram apenas seis aparições ao todo entre liga alemã e liga milionária, mas serviu para revelar todo o potencial deste jovem muito promissor.
Em termos nacionais, dada a sua tenra idade, Meyer atuou até ao escalão U19. Desde os U15, soma ao todo 21 internacionalizações e dez golos com a camisola da Die Mannschaft. Estreou-se a onze de novembro de 2009, num particular frente à Estónia e logo com um golo. Em 2012 esteve presente no Europeu U17, disputado na Eslovénia. A Alemanha chegou até à final, perdendo apenas nas grandes penalidades para a Holanda. Dessa equipa destacou-se Leon Goretzka (atualmente também no Schalke 04), para além do próprio Meyer que foi considerado o melhor jogador e o melhor marcador (três golos em cinco jogos) do torneio. É claramente um jogador integrado na linha de grandes craques que a Alemanha tem formado nos últimos tempos. À atenção de Joachim Löw, portanto. Com uma baixa estatura (173 cm), Meyer atua preferencialmente no meio, como médio ofensivo. Pode ainda atuar nas faixas. Dotado de uns bons pés, este destro destaca-se pela sua enorme criatividade e facilidade com que rompe as defesas contrárias. Com um bom drible e controlo de bola, Max Meyer é bastante irrequieto e um verdadeiro playmaker. Gosta de baixar no terreno aquando da segunda fase de construção, de modo a levar a bola para a frente com o seu estilo e irreverência que lhe são características. Joga bem com o pé canhoto, tendo uma margem de progressão enorme pela sua frente. Tem como grandes referências Mario Götze (a nível interno) e Lionel Messi (num plano mais internacional), sendo um dos mais jovens de sempre a estrear-se na 1. Bundesliga.
O interesse recente de Chelsea FC, Liverpool FC e ACF Fiorentina foi público, o que vem demonstrar a atenção dos olheiros face àquilo que Meyer tem produzido dentro das quatro linhas. Até à data, Max tem encantado os adeptos mineiros, tendo já apontado três golos e uma assistência em apenas 405 minutos na 1. Bundesliga. Soma ainda mais cinco presenças na liga milionária e um golo na DFB Pokal. Não se afirmou ainda como um titular indiscutível da equipa do Ruhr (Prince-Boateng tem atuado no eixo), mas vai paulatinamente conquistando o seu espaço. Apesar da sua felicidade por ver grandes clubes atrás do seu concurso, Meyer continua leal ao seu atual clube, esperando renovar (tem contrato até 2017 e uma cláusula de rescisão à volta dos dezoito milhões de euros) o mais rápido possível: «Eu sinto-me muito bem aqui no Schalke, recebo um monte de confiança e conselhos do treinador e do conselho. Tenho contrato até 2017. Nós estamos tendo boas conversas e espero que possamos chegar a um acordo em breve.» Atentem a este craque nos próximos tempos. O futuro da seleção teutônica passa muito por aquilo que Meyer poderá fazer.
Por Ricardo Ferreira
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